terça-feira, 27 de março de 2012

Renan Calheiros

Redução da desigualdade muda consumo

Desde o início do ano começou a ser aplicada uma nova fórmula de cálculo da inflação. Ela vem demonstrando que o perfil do consumo das famílias brasileiras passa por uma verdadeira revolução. Com a mobilidade de 48 milhões à classe média nos últimos dez anos, a população agora consome maior parte da renda com bens de consumo e transportes. Na esteira da inclusão econômica, o Brasil estaria vivendo, de acordo com os especialistas, um processo bem mais complexo do que a ida da nova classe C às compras. Segundo os técnicos, está ocorrendo uma espécie de globalização do consumo, incentivado pela televisão e pela internet. As transformações compreendem a alimentação, mas também o aumento na venda das passagens aéreas evidenciando que o Brasil se tornou em um país moderno. Outro exemplo é o consumo de eletrônicos, cujo peso subiu de 1,38% para 2,01% no IPCA (índice de preços ao consumidor). São esses produtos que mantêm as pessoas interligadas à rede mundial de computadores. Esse perfil de consumo tende a se manter com redução das diferenças sociais no país. De acordo com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, a desigualdade social no Brasil caiu pelo décimo segundo ano consecutivo. O índice de GINI  é a taxa medida entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1 maior é desigualdade do país. O índice GINI no Brasil chegou a 0,5190 em janeiro de 2012 ante 0,5377 em 2010. Em 2001, a taxa era de 0, 5957.Ou seja, o Brasil se encontra no menor nível da nossa história em termos de desigualdades sociais. As sucessivas crises econômicas pelo mundo - a mais recente no continente europeu - não estão atingindo o consumidor brasileiro de forma mais intensa. Os dados da pesquisa mensal de emprego do IBGE, reunidos pela FGV, mostram que o crescimento da renda per capita foi de 2,7% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012. A taxa média entre 2002 e 2008 também tinha sido de 2,7%. Outra projeção relevante apontada pela FGV é que Classe AB será a que mais vai crescer no Brasil. Após o ingresso de 48 milhões de pessoas na classe C, entre 2003 e 2011, outros 13 milhões de brasileiros devem fazer parte da classe média brasileira até 2014. Já a classe AB, que ganhou 9,2 milhões de pessoas entre 2003 e 2011, deve ter um aumento de mais 7,7 milhões de brasileiros entre 2012 e 2014. Todas as estatísticas sócio-econômicas recentes estão indicando que o Brasil, mais uma vez, pode ser menos prejudicado pelos tremores financeiros externos. Todos, de maneira unânime, atribuem esta solidez nacional ao consumo interno. Consumo que se mantém em alta graças aos aumentos do salário mínimo, à expansão da massa salarial e aos programas de transferência de renda. Programas que o PMDB ajudou a formular e implementar.

* Renan Calheiros é senador da República pelo Estado de Alagoas

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